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O Que a McKinsey Descobriu Sobre IA em 2025 que Ninguém Está Falando

Mergulhamos na mais recente pesquisa da McKinsey para revelar como as empresas estão realmente utilizando a IA e quais são os resultados concretos.

O Que a McKinsey Descobriu Sobre IA em 2025 que Ninguém Está Falando
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Time VALIDE IA

Publicado em 2 de dezembro de 2025

O debate sobre Inteligência Artificial Generativa atingiu um ponto de saturação. Diariamente, somos bombardeados por previsões ousadas e um hype que oscila entre a utopia e o apocalipse. Mas, para além das manchetes, o que está realmente acontecendo dentro das empresas? Como as organizações estão, de fato, utilizando a IA e quais são os resultados concretos?

Para cortar o ruído, mergulhamos na mais recente pesquisa global da McKinsey sobre o estado da IA. O relatório revela que o sucesso não vem da tecnologia em si, mas de uma liderança estratégica que impulsiona uma profunda mudança organizacional. A adoção está se acelerando, mas os fatores que geram valor não são aqueles que você imagina.

Neste artigo, vamos desvendar os cinco achados mais surpreendentes da pesquisa. Eles se conectam para contar uma história clara: o valor real da IA é desbloqueado quando a liderança sênior assume o controle, redesenha processos e navega ativamente pela transformação da força de trabalho.

Os Achados Mais Surpreendentes Sobre a IA nos Negócios

A Descoberta #1: O CEO é o Novo Guardião da Governança de IA

Quem você acha que deveria supervisionar a governança de IA em uma empresa? O Diretor de Tecnologia (CTO) seria a resposta óbvia. No entanto, a pesquisa revela um fato surpreendente: a supervisão da governança de IA pelo CEO é um dos fatores mais fortemente correlacionados com um impacto positivo nos resultados financeiros (EBIT).

Os dados mostram que 28% dos entrevistados relatam que seu CEO é o responsável por essa supervisão. Isso sinaliza que as empresas mais maduras não veem a IA como uma questão técnica, mas como uma transformação estratégica. Como a IA é uma "transformação potencialmente cara, que exige o uso intensivo de recursos e talentos às vezes escassos", essa decisão se torna uma "chamada de nível executivo".

O instinto de muitas empresas é delegar a implementação ao departamento de TI ou digital, mas, repetidamente, isso acaba sendo uma receita para o fracasso. — Alexander Sukharevsky, Sócio Sênior e colíder global da QuantumBlack, AI by McKinsey

Mas ter a liderança certa no comando é apenas o primeiro passo. A verdadeira alavanca de valor, como revela a pesquisa, está em como essa liderança direciona a mudança nos processos do dia a dia.

A Descoberta #2: Não é a Ferramenta, é a Reforma do Fluxo de Trabalho

Onde está o verdadeiro ROI da IA? Não está na sofisticação da tecnologia, mas na reestruturação fundamental dos fluxos de trabalho. A pesquisa da McKinsey testou 25 atributos organizacionais e descobriu que a "reforma dos fluxos de trabalho" tem o maior efeito no impacto do EBIT. Não foi apenas um fator importante; foi o mais importante.

Apesar disso, apenas 21% das organizações que usam IA Generativa relatam ter redesenhado fundamentalmente seus processos. Isso revela uma verdade crucial: muitas empresas ainda estão aplicando uma camada de IA sobre processos antigos. O valor real não está em automatizar tarefas antigas, mas em permitir maneiras completamente novas e mais eficientes de trabalhar. No entanto, redesenhar processos introduz novas variáveis e riscos que precisam ser gerenciados.

A Descoberta #3: A Supervisão Humana da IA é uma Loteria

Como as empresas garantem a qualidade e a precisão dos resultados gerados pela IA? A resposta é: de forma totalmente inconsistente. A pesquisa expõe uma enorme variação na maneira como as empresas monitoram os outputs da IA, revelando a falta de um padrão estabelecido.

Em um contraste gritante, 27% das organizações revisam todo o conteúdo gerado por IA, enquanto um grupo ainda maior, 30%, revisa menos de 20%. Essa inconsistência reflete a imaturidade do mercado e os diferentes níveis de aversão ao risco que as empresas aceitam, equilibrando agilidade com preocupações sobre imprecisão e propriedade intelectual. Essa gestão de risco impacta diretamente como os papéis e as responsabilidades da força de trabalho são redefinidos.

A Descoberta #4: A IA Não é Apenas uma "Assassina de Empregos", Ela os Transforma

A IA vai realmente eliminar nossos empregos? O medo da perda de empregos domina a conversa, mas os dados pintam um quadro mais matizado. Entre os entrevistados de organizações que já usam IA, a maioria (38%) prevê pouco ou nenhum efeito no tamanho de sua força de trabalho nos próximos três anos.

A realidade é uma transformação de papéis. A pesquisa mostra uma dualidade clara: espera-se uma diminuição de pessoal em áreas como operações de serviços e gerenciamento da cadeia de suprimentos. No entanto, espera-se um aumento em áreas como TI, desenvolvimento de produtos e engenharia de software. A IA está deslocando a demanda por habilidades, não apenas substituindo pessoas.

Enquanto os entrevistados esperam menos pessoal em algumas funções — como operações de serviço e gerenciamento da cadeia de suprimentos/estoque — em outras funções — incluindo engenharia de software e desenvolvimento de produtos — os entrevistados estão, na verdade, antecipando um aumento no número de funcionários. — Lareina Yee, Sócia Sênior e Diretora do McKinsey Global Institute

Essa transformação complexa da força de trabalho está sendo liderada por executivos que, surpreendentemente, estão entre os maiores usuários da tecnologia.

A Descoberta #5: O C-Level Está Usando Mais a Gen AI do que o Resto da Empresa

Quem está realmente usando IA no dia a dia da empresa? Contrariando a ideia de que a adoção de tecnologia ocorre de baixo para cima, a IA Generativa está quebrando esse padrão. A pesquisa descobriu que seu uso é mais prevalente entre os executivos de alto escalão.

Os números mostram uma clara tendência de topo para baixo: 53% dos executivos de nível C pesquisados dizem que usam regularmente a IA Generativa no trabalho, em comparação com 44% dos gerentes sêniores e 44% dos gerentes de nível médio. Isso pode significar que os líderes estão modelando o comportamento que desejam ver ou usando a tecnologia para tarefas estratégicas, desmentindo a ideia de que a IA é apenas uma ferramenta para automação.

Conclusão: De Ferramenta a Transformação

A adoção da Inteligência Artificial está se acelerando, mas os dados da McKinsey nos lembram de uma verdade fundamental: o sucesso não está na simples implementação de uma ferramenta. O verdadeiro valor da IA é desbloqueado através de uma mudança organizacional liderada pelo topo, focada em redesenhar a própria natureza do trabalho e em gerenciar ativamente os riscos e as transformações da força de trabalho.

As organizações que estão colhendo os benefícios são aquelas que tratam a IA não como um projeto de TI, mas como uma transformação de negócio. Elas colocam a governança nas mãos do CEO, repensam seus processos do zero e entendem que os líderes devem ser os primeiros a adotar a mudança que desejam ver.

Sua organização está apenas "usando" IA, ou está se reestruturando fundamentalmente para capturar seu valor real?


Fonte: The state of AI: How organizations are rewiring to capture value, McKinsey & Company, Março de 2025. Pesquisa realizada por Alex Singla, Alexander Sukharevsky, Lareina Yee, Michael Chui e Bryce Hall.

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